A erva-doce é uma planta herbácea da família apiaceae. A planta selvagem é comum no sopé e nas áreas áridas das estepes, sendo que em muitos países, é cultivada como uma fonte de matérias-primas usadas para fins medicinais, na perfumaria, culinária e pecuária.
A erva-doce, também chamada de funcho, é uma planta herbácea com um caule tubular de nervuras finas, com finas folhas dissecadas. As folhas inferiores crescem dos pecíolos, ao passo em que as superiores são coladas no caule.
A altura da planta varia entre 90 cm e 2 m, e sua raiz é fusiforme, de muitas cabeças, ramificada. As flores formam umbelas duplas com múltiplos raios, nos quais se encontram flores de cinco folhas com pétalas de cerca de 1 mm de diâmetro.
Os frutos são pequenas sementes ovais castanho-esverdeadas, com um pronunciado aroma de anis e sabor doce.
Todas as partes da planta são comestíveis e podem ser usadas na culinária em sua forma fresca ou processada. Para a preparação de medicamentos, por exemplo, utilizam-se folhas, bulbos e frutos (sementes) da planta – a partir desses últimos, são confecciondoos, decocções, infusões e chás.
A indústria farmacêutica em si também produz vários tipos de remédios com base na erva-doce – extratos, óleos essenciais, concentrados em pó e chá. As propriedades benéficas da erva-doce são variadas, e seu efeito depende da forma farmacêutica e das partes da planta utilizadas.
Descrição
Externamente, a planta é muito semelhante ao endro. Mas o que a distingue é seu tom azulado, aroma de anis e, mais profundamente, sua composição química. O sabor também é diferente: mais picante, ligeiramente adocicado e semelhante ao anis.
Na culinária, a erva-doce é usada principalmente pelo sabor da parte herbácea da planta, das raízes e das sementes.
Já os frutos são utilizados para a preparação de medicamentos e óleos essenciais na indústria farmacêutica e para uso doméstico – na forma de infusões, decocções e chás (tanto de forma independente quanto em misturas com outras ervas).
Coleta, armazenamento e prazo de validade
A coleta da planta depende de qual parte e para que finalidade ela será colhida: para uso como especiaria, então ela deve ser retirada inteira, juntamente com parte do sistema radicular durante o período de floração.
Se o objetivo for coletar sementes, é necessário levar em conta que elas amadurecem desigualmente, e por isso, é necessário coletá-las à medida que amadurecem.
Quando a planta está totalmente madura para a colheita de sementes, é necessário cortar a parte superior do caule junto com as umbelas, secá-la sob um dossel por 4 a 5 dias e, em seguida, batê-la, colocando as sementes para fora.
Para uso culinário, a planta pode ser colhida durante todo o verão. Para secar a parte herbácea, não são necessários raios diretos de sol: o melhor é usar um galpão ou sala bem ventilada (por exemplo, no sótão). Durante a secagem, a matéria-prima deve ser periodicamente virada.
A erva seca pode ser armazenada em potes de vidro, caixas de papelão ou bolsas de lona durante vários meses a um ano.
As sementes, por sua vez, podem ser armazenadas em vasos bem fechados por não mais que 3 anos. Possíveis usos culinários incluem: erva-doce fresca salgada, óleo de erva-doce picante ou vinagre de erva-doce e raízes marinadas.
Composição química
Em produtos farmacêuticos e medicina tradicional para fins de tratamento são utilizados os frutos da erva-doce, que contem:
- Até 20% de substancias proteicas;
- de 2 a 6% de óleos essenciais;
- até 18% de óleos gordurosos;
- até 5% de açúcar vegetal.
O óleo essencial de sementes de erva-doce, que contém uma grande quantidade de substâncias aromáticas que têm um efeito positivo sobre os sistemas nervoso, respiratório, digestivo e endócrino, é especialmente valioso. O óleo gorduroso é constituído pelos ácidos oleico, palmítico, linoleico e petroselínico.
Para fins medicinais, a parte verde também é usada. Ela contém:
- vitaminas do grupo B;
- vitamina E (tocoferol);
- ácido ascórbico;
- niacina;
- caroteno;
- flavonoides;
- glicosídeos;
- microelementos (potássio, magnésio, ferro, zinco, cromo, fósforo e selênio).
Propriedades medicinais e contraindicações
As propriedades benéficas do funcho têm sido aproveitadas na medicina tradicional desde os tempos antigos, e agora elas são reconhecidas também pela medicina oficial.
As partes verdes e as sementes possuem ação antifúngica e antisséptica. Drogas e produtos caseiros à base de erva-doce ajudam a combater eficazmente a microflora ruim, tanto quando usados externamente quanto quando tomados por via oral.
O óleo essencial, por sua vez, é usado para limpar e desinfetar resíduos sem prejudicar a saúde. Propriedades antiespasmódicas e anestésicas dos frutos da erva-doce são usadas no tratamento de cólicas gástricas e intestinais, bem como de espasmos de músculos lisos.
Decocções de erva-doce ajudam a aliviar a dor e eliminar cãibras no sistema digestivo, e as propriedades carminativas da planta são usadas para reduzir a formação de gases no trato gastrointestinal.
O chá e pó de erva-doce podem ser usados para eliminar cólicas intestinais em recém-nascidos. Demais preparações de erva-doce têm um forte efeito purificador e contribuem para a rápida eliminação de substâncias tóxicas e nocivas do corpo.
Infusões e decocções de frutos de erva-doce são usadas para doenças do fígado, intoxicações alcoólicas, excessos de comida e intoxicações alimentares.
Já as propriedades antimicrobianas e antivirais são usadas no tratamento de resfriados e infecções do trato respiratório. A decocção desta planta em sua forma pura ou misturada com outras ervas pode ser usada no tratamento da tosse seca, pois facilita a expectoração e tem um efeito antipirético.
O funcho é uma planta indispensável para o tratamento de edema e doenças do sistema urinário, pois conta com efeitos anti-inflamatórios e diuréticos, importantes também no tratamento de cistites.
Com a ajuda de decocções e infusões de funcho, é possível regular a secreção de hormônios sexuais – esta propriedade é empregada especialmente no tratamento de distúrbios de lactação em mães que amamentam e em complicações em mulheres durante a menopausa.
Os frutos e as sementes
Os frutos de erva-doce têm a capacidade de reduzir o colesterol no sangue, fortalecer e aumentar a elasticidade dos vasos sanguíneos. São usados contra aterosclerose e hipertensão.
O efeito global positivo sobre o sistema digestivo e o efeito purificador do funcho permitem que ele seja usado como um meio para perder peso. Além disso, ele tem um efeito benéfico sobre o estado do sistema nervoso e acalma.
Recomenda-se o uso de chá de sementes para insônia, ansiedade, estresse, nervosismo e aumento da irritabilidade. Atualmente, o funcho está sendo estudado para o tratamento preventivo de doenças oncológicas.
As propriedades medicinais das partes verdes e sementes de erva-doce são amplamente utilizadas em doenças do sistema digestivo, especialmente em desordens intestinais.
Em segundo lugar em termos de efetividade, vale destacar suas ações antissépticas, analgésicas e antivirais. O funcho também pode ser de grande ajuda em distúrbios sexuais, desequilíbrios hormonais, diminuições da libido em mulheres e potência em homens.
A composição das sementes inclui uma substância única, o anetol, uma das propriedades responsáveis pela atividade antitumoral e que tem a capacidade de penetrar nas células e destruir patógenos, bem como um efeito sedativo, antiespasmódico e vasodilatador.
Não é recomendado, no entanto, o uso de receitas caseiras com erva-doce: durante a gravidez (existe o risco de aumentar a atividade do útero), por mulheres com uma grande quantidade de leite durante a lactação (se não houver necessidade de aumentar a secreção), para pessoas com com epilepsia ou diarreia crônica e em caso de hipersensibilidade às substâncias ativas da planta bem como de com arritmias graves.
A lista de indicações para uso inclui transtornos de saúde como:
- excesso de gases, cólicas intestinais e estomacais;
- flatulência e cólicas estomacais em recém-nascidos e lactentes;
- patologias do fígado, vesícula biliar e vias biliares;
- nefro litíase;
- prisão de ventre;
- doenças da garganta e trato respiratório superior;
- tosse de qualquer tipo, incluindo de origem tuberculosa;
- patologia da bexiga e do trato urinário (cistite);
- desequilíbrio hormonal da esfera sexual;
- falta de leite ao amamentar;
- doença vascular, hipertensão arterial;
- aumento da excitabilidade do sistema nervoso, insônia;
- distúrbios de potência em homens;
- excesso de peso.
Como agente externo, o funcho é utilizado para doenças cutâneas fúngicas, eczema, lesões pustulosas da pele, em doenças inflamatórias dos olhos e para melhorar a visão.
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