A prática ritual é um dos elementos mais importantes de toda a direção mágica. É através de rituais que obtemos experiência de interação com essas ou aquelas forças, criamos objetos de poder e profetizamos o futuro. Considerar a magia ritual uma coisa “menor” e menosprezá-la de qualquer forma é cometer um grande erro, cujos motivos são a ausência de prática normal e o pleno conhecimento do tema.
Os rituais praticados pelo Mago do Fogo são muito diversos e na maioria deles, o fogo é o elemento central. No entanto, existem rituais que são amplamente praticados por esses magos em que o fogo, como elemento, não participa. Para ter uma ideia da prática ritual da Magia do Fogo, é necessário entender como o Mago do Fogo se refere aos rituais (isto pode ser feito lendo o artigo “Lição 3. O Mago de Fogo”).
Quanto aos próprios rituais, sua estrutura é bastante típica, ou seja, o ritual da Magia do Fogo não é essencialmente muito diferente dos rituais de outras direções mágicas.
Os rituais da Magia do Fogo pressupõem partes como a purificação e a criação do espaço sagrado, a consagração do Fogo, a vocação de espíritos e deidades, o anúncio de algum objetivo, a ação mágica (simbólica), a entrega de presentes e doações e, é claro, a conclusão do ritual. Sobre a essência da Magia do Fogo, leia o artigo “Lição 2. A Magia do Fogo”.
Com toda a diversidade de rituais, eles podem ser classificados e divididos em vários grupos:
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Rituais diários e sazonais.
Os rituais diários são ações que fazemos diariamente para manter boas relações com espíritos e fortalecer nossa conexão com o Deus do Sol. Para o Mago do Fogo, realizar rituais diários é tão natural quanto tomar o café da manhã. Como um exemplo ritual diário, podemos considerar o “Ritual da Santificação do Fogo”.
Os rituais sazonais, pelo contrário, são mantidos em tempo estritamente atribuído. Isso pode ser algum período de vários dias, ou talvez um evento astronômico de curto prazo. Os rituais sazonais têm sua própria periodicidade, a maioria deles é realizada todos os anos, mas alguns são realizados a cada poucos anos. Um exemplo vívido de rituais sazonais são rituais festivos que marcam o início e o meio das estações.
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Rituais individuais e grupais.
O ritual individual pode ser quase qualquer ritual. No entanto, existem rituais que são realizados apenas na solidão. Este é um ritual especial que precede e segue certas iniciações.
Os rituais grupais são semelhantes aos rituais individuais, com uma diferença: são mais pomposos e prolongados. Muitas vezes, os rituais grupais são também sazonais, mas não se limitam à isso. O grupo pode realizar rituais destinados a santificar algo ou a materializar eventos e a prever o futuro ou a proteger contra efeitos adversos.
Atributos e ferramentas de Ritual Mágico do Fogo
A prática do Ritual da Magia do Fogo está associada ao uso de vários atributos e ferramentas mágicas. O principal e mais importante atributo da magia ritual é o altar, e todos os outros atributos e ferramentas estão localizados ao redor ou no próprio altar.
O altar simboliza o centro do mundo, sendo o mágico, capaz de realizar mudanças no próprio ambiente. A comparação do altar com o centro do mundo deve ser percebida como um símbolo. Existem muitas variedades de altares: o lar, o aberto, o templo. É importante notar que não importa qual o tipo de altar, a base de seu arranjo segue os mesmos princípios.
O espaço mágico ou o Círculo Mágico é o espaço em que o altar está localizado, e onde todos os rituais passam. Ele é formado por espaços purificadores e santificantes com o subsequente estabelecimento de uma fronteira que separa o mundo comum e o lugar do ritual.
O vestuário do mago é uma roupa especial usada apenas para rituais. O vestuário tem várias funções: primeiro, o traje ritual do mago protege-o de todos os tipos de influências externas; em segundo lugar, o manto do mago possibilita fortalecer a conexão com o egregore da comunidade mágica a que pertence, o que, por sua vez, possibilita o conhecimento e o apoio de outros magos; em terceiro lugar, o uso de roupas especiais permite que você sintonize o estado mental certo para o ritual.
O conjunto de instrumentos mágicos básicos inclui: uma varinha, uma adaga, um signo, uma tigela. Todos esses instrumentos estão localizados no altar, cada um na sua própria zona.
A Varinha: de acordo com a tradição da Magia do Fogo, a varinha mágica é a personificação dos elementos do ar e é usada como uma ferramenta para a santificação e a união de feitiços.
Adaga: personaliza os elementos do fogo e é usado como instrumento de proteção e ataque, e também designado a preencher objetos distintos com força e energia.
Signo: ele simboliza os elementos da terra e é usado como uma ferramenta para a formação do espaço mágico e a aprovação da vontade do mágico. Nos casos em que um ritual que requer o estabelecimento do Sinal no centro do altar é realizado, pode-se fazer um desenho no lugar apropriado ou colocar-se uma pedra sagrada em substituição.
Tigela: é um símbolo dos elementos da água e pode ser usado para apresentar doações para deidades e espíritos, como um reservatório para a consagração de água ou como instrumento para a acumulação de energia.
O que é necessário para que o ritual funcione?
A presença de uma descrição do ritual, o tempo certo e os instrumentos mágicos não podem garantir 100% de sucesso do próprio ritual, pois requer outro componente importante. E este componente importante é o estado de espírito do mago.
Durante o ritual, o mago deve estar calmo, proposital e consciente. O desenvolvimento dessas qualidades deve ser objeto de atenção especial, pois não são acumuladas em um dia. E exercê-los é útil não só na prática ritual, mas também na vida cotidiana. Uma pessoa se torna um mago quando começa a pensar, agir, sentir e viver como tal. Quando o “estado do mago” é “ativado” apenas durante o ritual, esse se torna menos efetivo e a vida do Mago manifesta uma natureza dicotômica.
O controle sobre as emoções permite que você sempre esteja sóbrio, olhe adequadamente a vida e fique calmo em qualquer situação. A prontidão para agir e alcançar o objetivo deve ser tão grande que, diante do mago, todos os obstáculos que o separam do objetivo desaparecem. A manifestação de cada ação deve ser significativa, de modo a não alienar o mago de sua meta.