A vida dos povos antigos era repleta de magia – ou melhor dizendo, a magia da época não era de modo algum algo incomum, sendo parte integral da vida cotidiana.
Em diferentes períodos históricos, algumas crenças foram substituídas por outras, alguns deuses conseguiam tomar o lugar de outros, mas a humanidade sempre foi atraída ao desconhecido, tentando dar uma olhadinha através do véu dos segredos do futuro e entrar em contato com a memória histórica de seus antepassados.
Falando sobre os marcos no desenvolvimento da história humana ou a história dos povos, certamente teremos que prestar atenção à magia, e falando sobre ela, é impossível ignorar o conhecimento e os rituais mágicos dos antigos celtas.
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Os celtas
Primeiro, temos que conhecer um pouco mais sobre os misteriosos Celtas.
Infelizmente, pouco se sabe sobre a vida e as crenças dos antigos celtas, e isso se deve principalmente ao fato de os sacerdotes celtas, denominarem druidas, não transmitirem seus conhecimentos através de textos escritos.
Para ser justo, vale mencionar que eles tinham escrita rúnica e até eram bastante desenvolvidos nesse aspecto, mas esses textos eram usados principalmente para fins rituais.
Para a transmissão do conhecimento entre mestres e seus aprendizes, usava-se a fala – e quando não há fontes escritas de informação, torna-se extremamente difícil reconstruir posteriormente uma ideia mais ou menos verdadeira das pessoas antigas.
Nesse caso, somos obrigados a trabalhar apenas com o conhecimento que restou dos povos posteriores e com as informações transmitidas de boca em boca, bem como através de lendas e tradições.
No entanto, ainda é possível ter uma ideia geral da vida dos antigos celtas.
As tribos celtas
As tribos celtas habitavam grandes áreas do território europeu.
Os antigos celtas não tinham nenhum estado: essas pessoas tinham o conceito de liberdade acima de tudo, e isso tanto a nível pessoal quanto de sociedade.
Entretanto, ao mesmo tempo, a unidade espiritual de tribos aparentemente dispersas foi suficiente para resistir em conjunto às ameaças que emanavam das tribos vizinhas e, mais tarde, do Império Romano.
Corajosos e guerreiros, eles eram oponentes formidáveis, mas ao mesmo tempo, bastante leais a estrangeiros que foram em paz.
Os druidas e as árvores
É claro, ao falar sobre os antigos celtas, seria um erro ignorar o grupo social especial dessas tribos: os druidas.
Essas pessoas eram algum tipo de centro para a civilização celta (que na época era bastante fragmentada), portadores de conhecimentos antigos e, é claro, mágicas. Em geral, a magia teve um significativo papel na vida dos celtas.
Entre todas as magias, destacava-se a magia das árvores, pois os celtas acreditavam que as árvores eram dotadas de poderes mágicos e inteligência.
As árvores eram divididas no que era tradicionalmente considerado masculino e feminino. Por exemplo, em um sentido ritualístico, o carvalho era inegavelmente uma árvore masculina, usada na fabricação de armas.
Com a bênção de um druida, cada pessoa recebia “sua própria” árvore e cuidava dela por toda a sua vida. Tais árvores eram decoradas durante datas comemorativas, quando as pessoas as visitavam para compartilhar sua alegria ou em momentos de luto.
Deuses naturais
Em geral, os antigos celtas eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de muitos deuses que pertenciam a um certo panteão.
No entanto, as divindades eram percebidas mais a nível de líderes supremos do que como deuses no sentido posterior dessa palavra.
Ao mesmo tempo, as forças da natureza sim, eram endeusadas. E os druidas, possuindo a magia da comunicação com as forças da natureza, gozavam de autoridade inquestionável.
Acreditava-se que os druidas mais habilidosos em assuntos mágicos eram capazes de influenciar o clima e, até certo ponto, controlavam os elementos.
Entre outras coisas, vale dizer que os antigos celtas viviam em completa unidade com a natureza e nela encontravam abrigo e comida. Portanto, os amuletos que representam as forças da natureza foram dotados de um poder mágico e de proteção especial.
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Magia e talismãs
Água
O efeito mais poderoso na vida humana era atribuído aos talismãs da água, feitos principalmente de minerais de cor azulada. Nem todos os celtas tinham o direito de usar esses talismãs: apenas representantes de certas classes, tais como guerreiros e os próprios druidas podiam usá-los.
Essa restrição tinha lugar porque acreditava-se que o poder de amuletos desse tipo era grande demais para uma pessoa comum.
Fogo
Como já mencionamos os supostos poderes mágicos da água, é impossível não falar de seu antípoda, o fogo. O fogo na vida dos antigos celtas era reverenciado como algo de outro mundo.
Ele era ligado ao sol, possuindo as mesmas qualidades e respeito. Talismãs de fogo eram um dos mais comuns: podiam ser as cinzas de fogueiras rituais ou pequenos carvões que as pessoas levavam consigo.
Acreditava-se que esses amuletos protegiam casas e crianças e, como uma lareira acesa é um símbolo de conforto e, em certas circunstâncias, até mesmo da própria vida, os talismãs do fogo também eram algo que supostamente trazia força vital.
Terra
Falando em talismãs de vários elementos, não podemos esquecer também do elemento Terra: os celtas atribuíam a esse elemento as propriedades da mãe-progenitora e, portanto, eles eram usados principalmente por mulheres.
Um dos itens mágicos de Terra era um broto de trevo, feito de uma ampla variedade de materiais e recomendado para uso contínuo.
Ar
Quanto ao elemento do ar, os símbolos protetores desse elemento incluíam todos os objetos nos quais havia uma imagem associada ao ar ou ao céu, por exemplo, pássaros ou corpos celestes.
Os celtas atribuíam a esses objetos a capacidade de influenciar sentimentos humanos. Por exemplo, para atrair amor, era recomendável usar um talismã com duas pombas.
Simbolismos
Falando de magia celta em geral, vale a pena dizer que o simbolismo sempre desempenhou um papel muito importante para esses povos.
Entre os objetos mágicos cultos reverenciados pelos celtas, existem amuletos na forma de várias cruzes, animais, plantas e criaturas míticas.
Resumindo, podemos dizer que a magia fazia parte integral da vida dos antigos celtas e, estudando-a, é possível aprender não apenas o lado externo da vida desses povos, mas também sua misteriosa alma.
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