Pervinca é um pequeno arbusto coberto com lindíssimas flores de cor azul-violeta. Apesar do apelo visual, os nomes folclóricos dessa planta causam um ligeiro tremor: “o olho do diabo”, “túmulo”, “grama de caixão”, “violeta dos mortos”. Por que tal desgraça?
Pervinca: sinais e superstições
Antigamente, as pessoas estavam convencidas de que a pervinca era particularmente sensível à magia alheia. Na época da Inquisição, os bons vizinhos penduravam guirlandas dessa flor nas portas de entrada das suspeitas de bruxaria. Acreditava-se que a planta daria um sinal para os outros se uma bruxaria acontecesse dentro de casa. Os arbustos foram plantados nas sepulturas para denotar a fronteira entre os mundos dos mortos e os vivos e isso não permitiu que os espíritos penetrassem do lado escuro.
Durante séculos, a “violeta das bruxas” foi o indicador que alertou as pessoas sobre feitiços malignos, bem como o amuleto que protegia contra intervenção mágica. “Guirlandas de proteção” feitas dos galhos foram colocadas nas cabeças das noivas. As mães penduravam sacos com pétalas da pervinca no pescoço das crianças para proteger os bebês do mau-olhado. Os arbustos foram densamente plantados fora dos portões para criar um tipo de perímetro de proteção ao redor da residência.
Como as pessoas viram bruxaria em todas as coisas ruins que aconteceram com nossos ancestrais, a erva-túmulo, cujas propriedades mágicas ninguém duvidava, foi usada para combater qualquer problema:
fumigavam as vacas para que o leite não azedasse;
plantavam ao redor de construções agrícolas e ceifas para que o gado não caísse e a cultura não desaparecesse;
polvilhavam armas com água de pervinca para que se derrotassem os inimigos e acertassem a presa sem falta durante a caça.
Pervinca: propriedades mágicas especiais
Para o amor
Apesar de tais propriedades protetoras pronunciadas, é necessário lembrar de outras capacidades da “erva-túmulo”. A planta geralmente agia como uma poção do amor, já que era acessível e muito simples de usar. Não precisava nem cozinhar a poção mágica, bastava apenas um broto verde de pervinca escondido entre outras flores de um buquê dado ao objeto de paixão. Acreditava-se que tal presente instantaneamente sintonizava o destinatário com a onda de amor.
Feitiçaria de bruxas
Surpreendentemente, a pervinca ajudou em causas escuras também. A magia desta planta permitia que as bruxas lançassem praga através do solo. Os magos maus molhavam a terra com uma decocção de “erva de caixão”, e a pessoa que teria que atravessar o trecho indicado começava a secar, enfraquecer e perder o interesse pela vida. Nenhum coven tradicional passava sem o uso de pervinca, pois as bruxas esfregavam o suco do arbusto (segundo a lenda) no corpo antes de voar para a Montanha Careca.
Ímã da sorte
Ao mesmo tempo, a pervinca foi colocada em vasos e trazida para a casa. Os ancestrais tinham certeza de que tal ritual atraía sorte. Até mesmo a simples contemplação da planta clareava o cérebro, melhorava a memória e as habilidades mentais, restaurava a energia perdida e o amor extinto.